II Raízes Negras do Vale abriu caminhos, recontou a história do povo afrodescendente e extrapolou a Ilha

✊🏿 II Raízes Negras do Vale abriu caminhos, recontou a história do povo afrodescendente e extrapolou a Ilha

 

”O importante não é ser o primeiro ou primeira, o importante é abrir caminhos”, Conceição Evaristo

 

2e1b3107-ca27-408a-ae43-3e0b8f140215

 

Com homenagens aos guardiões da Cultura Afrodescendente, no sábado 23.11, no Espaço Cultural Plínio Marcos, na Ilha, e a participação na recolocação da placa de Legado Histórico Afro-Brasileiro, nas Ruínas de Itaguá, em Iguape, no domingo 24.11, terminou o II Raízes Negras do Vale, ação cultural que se consolidou com um dos mais expressivos movimentos culturais da Semana da Consciência Negra no Vale do Ribeira.

 

menino maluquinho

 

Em cinco dias, o II Raízes - realizado em parceria pelo Coletivo das Manas e Prefeitura da Ilha Comprida, por intermédio da Divisão de Cultura e Secretarias - recebeu cerca de mil pessoas que mergulharam na cultura afrodescendente em oficinas, danças, shows, falas negras, exposições e muita arte.

 

bddc6a4b-6dfa-46c6-bcbf-91fe53973907

 

3f2147a5-cd44-4df2-a099-58f3135cb23b (1)

 

“As Ruínas de Itaguá que, nos livros de história, aparecem como o primeiro moinho de arroz do Brasil, tiveram sua história recontada pelo Município de Iguape, e reconhecidas como uma das primeiras senzalas e patrimônio afro-cultural do Brasil”, comemorou Rose Marques, do Coletivo das Manas. “Destacamos também o trabalho cultural de Johnny Lacerda, do Geração Capoeira, por esse resgate histórico. Existe uma história do negro sem o Brasil, mas não existe uma história do Brasil sem o negro”.

 

prefeita

 

Ao parabenizar o Coletivo, os participantes e os artistas, a prefeita da Ilha Comprida destacou a importância do Raízes: ”Esse é um evento que envolve muito sentimento de igualdade, respeito, sentimento de contar uma história que faz parte da história do nosso país. A gente está sempre aprendendo. Eu não posso contar uma história que não é minha. Quem tem que contar essa história são vocês que viveram, que vivem, que escutaram dos antepassados de vocês. E a gente precisa escutar, entender. Muito obrigada por esse respeito, pela conscientização e pela Cultura de todos vocês. Obrigada por trazerem essa história para todos nós”.

 

89b5aa46-c3c2-4227-83b3-d22d005a47c3

 

Raízes Negras, celebração do respeito, da igualdade e da cultura


Ao lado da filha Ana Luiza e da neta, Maria Julia, Rose Marques, do Coletivo das Manas, disse que o Raízes busca, com o compartilhamento da cultura afro, um melhor presente e futuro para as novas gerações: “Assim como nossos antepassados lutaram para que chegássemos até esse momento, a gente tem que se movimentar para que as gerações futuras possam ter mais liberdade e equidade daqui prá frente”.


Ana Paula Macena, também do Coletivo, afirmou que a intenção é que o projeto cultural sempre cresça e atinja, de fato, as raízes negras do Vale dando voz e oportunidade para a cultura e o resgate do povo afrodescendente”. Além de Rose e Ana Paula, o Coletivo é formado por Roseli Marques, Ana Luiza Marques, Aline Mari e Talita Pamplona.

 

A diretora da Divisão Municipal de Cultura afirmou que “eventos como o Raízes são essenciais para reconhecer e valorizar a nossa herança cultural”. A produtora executiva das Minas do Mic, de SP, , Geovana de Souza, abordou sua satisfação em participar ”da celebração de um momento único, de pessoas pretas, da periferia, que buscam espaços para mostrar o talento e o seu trabalho cultural”.


Heloísa Dias, articuladora do Quilombo São Pedro (Eldorado), parabenizou aos que tornaram realidade o evento: “Agradecemos a todos que aquilombaram-se conosco, construindo um espaço coletivo com afeto, conhecimento, talento, acolhimento, fortalecimento de laços, honrando nossos ancestrais. Axé”.

 

Cinco dias de sons, cores, sabores, interação e informação

 

e4c7b613-d080-45d9-8a59-3a26c783efd6

 

b0f48361-9a18-4a33-9b84-8e43f73dd9d0

 

fc9b98bc-69e7-4bdb-babe-26de08ef95c3

 

69cfddbb-bb4b-4bf2-9a95-83b7c72bd31f

 

Com exposição dos quadros do artista plástico Duda Alves, de SP, e os diferentes traços dos artistas da Mostra “Maluquinho na Quebrada”, o Raízes foi aberto na quarta 20.11. Nos palcos, atrações diárias. Houve apresentações das Minas do MIC, Aliengang Hip Hop, BGILRS, poesia de Joana Black; fala de Heloisa Dias, do Quilombo São Pedro, Canto Coral da Fábrica de Cultura de Iguape, Joice Sobreira e Mulheres do Axé.

 

07ebd335-f96a-43bc-b82b-3839586ddaa6

 

No dia 21.11, houve exibição de filmes, Oficinas de Samba Rock e Turbante, poesia com Neuza Lima, shows com Carolina Soares, Netto Pio, A Nave de Orion, Maculelê com o Centro de Convivência da Melhor Idade (CCMI), Associação Capoeira e Nosso Senhor do Bonfim. Na sexta 22.11 mais oficinas, show com Janàáh Dutra e Maracatu com tambores de Inkice.

0eafd030-31fa-484f-a427-a05a034318de

 

Evento paralelo, na Escola Municipal Monte Carlo, aconteceu o Festival Africanidades, celebração das culturas africanas e afro-brasileiras com apresentações e atividades interativas organizadas pelos alunos e professores, que trabalharam ao longo do ano para valorizar a diversidade, a inclusão e o respeito. Com apoio do Coletivo das Manas, houve as oficinas de danças, tranças, samba rock e passinho baile black.

 

1be6c944-531c-47b9-a6da-582282285c87

No sábado 23.11, foram entregues os títulos de guardiões da cultura afrodescendente, junto com apresentações do Geração Capoeira, com professor Johny Lacerda, Mestre Bambu, Carlos e Mestre Pererê, além de da Roda de Samba com a Esquina do Samba e Fábio Kabeça.

 

 

dbe839ad-ae22-4b6e-88e0-93de10dc1fb4

 

O Raízes contou com artistas da Ilha, da região e de São Paulo. Da Ilha, destaque para os artistas da Casa da Juventude, Allien Gang, DJ Smock, DJ Guilherme Muniz e Alixn, da maquiadora Karina Isidoro, da professora de dança do ventre, Salima Zahra, e outros.

 

As diferentes oficinas foram ministradas pelos professores Max, Léo, Nega Zanza, Samy dos Projetos Groove 011, Sampa Charmy,@ogusambarock, @maxsambarock, @seoleodanca_eudanco e @djsamyricardo. As saias usadas pelo Geração Capoeira foram confeccionadas pelas costureiras do Espaço Gente. O evento também contou com apoio da ONG Ação do Amor, Padaria Fratelli, Cachaçaria Embaúba e Lobos Futebol. O Coletivo das manas ministrou as oficinas de tranças e turbantes.


II Raízes Negras do Vale continua:

5292032a-f370-4d4d-a96e-180d4f2ab34e

 

Exposição de grafitti- Maluquinho na Quebrada
Parceria – Museu Catavento – Coletivo das Manas – Divisão de Cultura da Ilha
Anexo do Espaço Cultural Plínio Marcos – Ilha Comprida
🗓️ Até 03/12

 

 

71bfedc3-1496-4ffc-994f-3807ffa4c849

Mostra "Cura"
Mônica Novaes- Unesp- Registro
🗓️ Até 06/12